Postagens

Quem For Brega, Levante a Mão!

  Q uem me acompanha no Instagram e/ou no meu blog sabe que eu amo música desde a infância e que foi a banda KISS que me levou ao paraíso infernal do rock. Durante algum tempo os mascarados de Detroit representaram para mim o que mais havia de pesado e diabólico no mundo musical. É claro que depois descobri sons tão mais pauleiras e músicos bem mais tenebrosos que Gene Simmons, Paul Stanley e companhia. Mesmo assim, para mim, o KISS continuou (e ainda continua) sendo uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. Os caras realmente sabem entreter, emocionar e, até mesmo, assustar pessoas de várias gerações. Um bom exemplo disso acontece na minha família: meus três netos mais velhos (no total, tenho seis) são apaixonados pelo KISS. Eles sabem até cantar, em um inglês criado por eles mesmo, I Love It Loud e Lick It Up .             Acredito que você esteja se perguntando: “o que o KISS tem a ver com o título dessa postagem? Será que o cara quem escreveu isso está insinuando que os

Isso Também É Rock 'N Roll?

    Na postagem anterior, escrevo sobre o Rock In Rio e a já cansativa e clichê discussão sobre a apresentação de artistas que, segundo muitos, não deveriam estar no elenco de um festival que tem no seu nome a palavra “rock”. No mesmo texto, eu cito alguns artistas que, embora façam parte  da cena do rock nacional, foram hostilizados durante suas apresentações no evento. Isso porque suas músicas não pertenciam a determinada ramificação do rock ou até mesmo porque não eram considerados artistas de rock por alguns que os hostilizavam.   Esse é o caso, por exemplo do Glória, um grupo de Metalcore, mas comparado e confundido muitas vezes com uma banda de Emocore. Emocore, ou apenas emo, é um subgênero do rock odiado por uma boa parte de roqueiros. Alguns (vários), entre esses odiosos, desprezam tanto o estilo que não o classificam como rock ‘n roll e fazem com ele o mesmo que fazem com o sertanejo, o pagode, o funk carioca, a axé music etc.: colocam-no em um saco e o lançam no lixo m

A Diversidade Musical No Rock In Rio e a Reação do Público

       De 2 a 11 de setembro deste ano, acontece no Rio de Janeiro a nona edição brasileira do Rock In Rio (   festival que também tem suas edições em, Lisboa Madri e até uma em Las Vegas em 2015).   Neste ano, entre as atrações estão as estrangeiras Iron Maiden, Dream Theater, Megadeth, Guns N’ Roses, Green Day, o oitentista Billy Idol e a caçula Måneskin .   Das nascidas no Brasil, estão a brasiliense Capital Inicial e   a belorizontina, mas internacionalmente conhecida, Sepultura.   Certamente, mesmo não gostando de uma ou mais das atrações citadas, a maioria concorda que elas representam perfeitamente o estilo musical que está no nome do festival: rock. No entanto, mais uma vez os organizadores do Rock In Rio causam polêmica por incluírem nas apresentações do festiival, artistas que, para os roqueiros, não fazem jus ao nome do evento. Entre os odiados pelos fãs do eterno Rock ‘N Roll estão Jason Derulo, Justin Bieber, Demi Lovato, Glória Groove, Ivete Sangalo e Ludmila.   A crí

A Música e Eu: Um Romance Infinito

  Embora eu cante mal pra caramba e nunca tenha conseguido aprender a tocar nenhum instrumento, tenho uma relação amorosa com a música desde a infância. Minha lembrança musical mais antiga é ouvindo Love Hurts, na sua versão mais famosa, gravada pela banda escocesa Nazareth. Eu tinha seis anos e me lembro quase perfeitamente do momento: minha irmã mais velha e eu em frente à uma escola, e alguém ouvia essa música num volume bem alto (minha memória não se decide se o som vinha de um carro, parado próximo de mim, ou da casa de algum vizinho da escola). Na minha casa em Belo Horizonte, o rádio ficava quase o dia inteiro sintonizado nas antigas Tiradentes (hoje Rádio Globo) e Atalaia (atualmente com programação da Igreja Universal do Reino de Deus). Antes de completar sete anos, eu já sabia o nome de quase todas as músicas e intérpretes que eram tocados nessas duas emissoras e nos programas televisivos como “Globo de Ouro” e “Fantástico”. No banheiro, minha imaginação transformava meus

Como Era o Rock Nacional na Década de 1970

    Ao contrário de grande parte de seus compatriotas roqueiros das décadas de cinquenta, sessenta e oitenta ─ que se mantinham cem por cento fiéis às suas influências estrangeiras─ os artistas do rock nacional da década de 1970 tinham como principal característica a originalidade em seus trabalhos. Embora fosse bem forte a influência que recebiam do rock lá de fora, as bandas e cantores nacionais setentistas criavam sua própria identidade musical, mesclando em suas músicas outros estilos, principalmente ritmos brasileiros como o samba, o forró, o brega nacional, além de sons regionais e folclóricos. Sim, a música da Tropicália, movimento surgido no final da década de 1960, também se caracteriza por essa mistura de ritmos, no entanto a diferença entre a música tropicalista e o rock criado no Brasil na década seguinte está no som que vai se destacar nas canções. Enquanto os tropicalistas faziam questão de deixar bem claro que os ritmos nacionais eram os ingredientes principais de suas

Existiu Rock Nacional Na Década De 1970?

  Se eu disser rock nacional ou rock Brasil, o que lhe vem à cabeça?   Se você faz parte de uma maioria, provavelmente pensou em Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Lobão e outras bandas e cantores da década de 1980. Talvez, você faça parte de um outro grupo (não tão menos numeroso que o anterior) e pensará em Raimundos, Charlie Brown Jr., Mamonas Assassinas, Pitty, CPM e outros astros do rock tupiniquim da década de 1990 e início do sec. XXI.   Alguns mais velhos se lembrarão do rock produzido em nosso país na década de 1960 e que ficou conhecido como Jovem Guarda, graças ao programa de televisão que tinha esse nome e apresentava em sua programação artistas do gênero que ainda se engatinhava no nosso país.   No entanto, o rock brasileiro dos anos 1970 é quase totalmente desconhecido até mesmo por pessoas que viveram naquela década. Duvida? Então faça o seguinte teste: pergunte a algumas pessoas com mais de 50 anos o que elas ouviam de música brasileira entre 1970 e 1979